COMO FAZER CIANOTIPIA
Nesse ano de 2022 o Lab Clube completou 10 anos de existência Oficial. Digo oficial pq a nossa pesquisa, minha - Fernanda Antoun e do Alex Topini, começou um bom tempo antes, em 2005.
De lá pra cá aprendemos muitas coisas, descobrimos tantas outras através de testes e mais testes e mais "e se a gente fizer assim, o que será que acontece?", além das incontáveis aulas de química com a Profa. Dra. Barbara Almeida na UFJF pra entender a "mágica" por detrás de cada imagem azulzinha..
E assim resolvemos fazer uma revisão no nosso tutorial de COMO FAZER CIANOTIPIA, publicado em 2014 no nosso antigo blog e que ajudou muuuita gente até hoje.
Espero que ajude vocês ainda mais!

Cianótipo ou Cianotipia é um processo fotográfico descoberto em 1842 pelo astrônomo, cientista, matemático, inventor britânico sir John Frederick William Herschel (com uma ajudinha do químico Dra. Alfred Smee).
Quimicamente falando, o Cianótipo ou Cianotipia é a síntese indireta do pigmento azul da Prússia, onde 2 compostos de ferro combinados e expostos a luz UV formam uma substância de cor azul. E é esse pigmento, que se chama Azul da Prússia, que forma as imagens azuis características da Cianotipia.
Reparem que à essa época nosso amigo Daguerre já havia apresentado o daguerreótipo, sua invenção, à Academia de Ciências e Belas Artes de Paris. Mais precisamente em 18 de agosto de 1839, o que vem a ser a data oficial da invenção da fotografia. Ou seja, quando o cianótipo é descoberto, a fotografia não só já havia sido inventada, como o daguerreótipo já era sucesso absoluto no mundo inteiro.
Mas qual era a grande vantagem do cianótipo em relação ao daguerreótipo?
O Daguerreótipo fazia uma imagem única, sem possibilidade de reprodução, já o cianótipo permitia inúmeras cópias a partir de uma matriz (as imagens são geradas por contato). Acontece também que, como a emulsão do cianótipo é muito dura, não era possível fotografar com ela, por exemplo, coloca-la dentro da câmera como papel fotográfico e fotografar uma pessoa.
Então afinal, pra que servia aquilo?
Ele acabou sendo utilizado sobretudo como um processo de reprodução gráfica, ou seja, a xerox da época, voltada para a cópia de textos, plantas arquitetônicas, mapas e documentos em geral.
O primeiro livro da história feito totalmente com fotografias foi usando a cianotipia. O “Photographs of British Algæ. Cyanotype Impressions” de Anna Atkins foi lançado em 1843. Não se sabe ao certo quantas cópias foram feitas, mas hoje em dia se conhecem cerca de 13, que estão em museus, bibliotecas e coleções particulares. Em 2004, uma dessas cópias do livro foi leiloada em Londres e vendida por “apenas” £229,250. Não só isso, Anna Atkins também é considerada a primeira mulher da história a fazer uma fotografia!
Em geral o cianótipo é a porta de entrada nos processos fotográficos alternativos, devido a sua baixa toxicidade e aparente facilidade de execução (mas não se engane, a química da cianotipia é BEM complexa). Uma grande vantagem desse processo também é a possibilidade de se aplicar em diversos suportes, como tecidos, vidro, madeira, metal, cerâmica o que permite muitas possibilidades criativas.
