LUMEN PRINT - Uma experiência simples e incrível
Uma das grandes descobertas feitas por Daguerre durante o desenvolvimento do seu daguerreótipo foi a existência da “imagem latente”: Uma imagem fotográfica que já estava formada com um brevíssimo tempo de exposição sem que ainda pudesse ser vista a olho nu. Para que essa imagem se tornasse “aparente” ela deveria ser submetida a algum banho químico (no caso do daguerreótipo, vapores de mercúrio) que funcionasse como um catalisador para acelerar o processo que havia começado com a luz ou seja, a imagem deveria ser “revelada”.
Como funcionava antes? As chapas fotossensíveis deveriam ser expostas a luz por tanto tempo quanto fosse necessário até que a imgem estivesse gravada de forma aparente nela. Isso fazia com que os tempos de exposição fossem bem longos, no caso do daguerreótipo, coisa de algumas horas.
Mas essa descoberta fez com que fosse possível obter fotografias com “apenas” uns 15 minutos de exposição e foi talvez a grande responsável pela daguerreotipia ter grande apelo comercial na sociedade e se espalhasse tanto ao redor do mundo.
Essa lógica de
imagem latente > Revelador > imagem aparente > Fixador
serviu como base para o desenvolvimento geral da fotografia, da maioria dos processos fotográficos surgidos depois do daguerreótipo e principalmente, da grande invenção da Kodak, com o uso de cameras compactas com um rolo de filme flexível para captura das imagens e posterior cópia/ampliação em papeis fotossensíveis, a que costumamos chamar hoje em dia de “fotografia analógica”.
Tá, mas pq eu to explicando tudo isso?
Pq esse processo que quero falar hoje tem tudo a ver com essa questão de imagem aparente x imagem latente. Ele se chama Lumen Print e não é exaaaaatamente um processo fotográfico por assim dizer. Ele nao usa quimicos especificos nem tem procedimentos especiais. Se trata simplesmente de pegar um papel fotográfico e expor por bastante tempo até que a imagem latente se torne aparente de forma “natural”, sem o uso de nenhum revelador.
Pode até parecer sem graça, mas não é bem assim… O lumen print é bem simples e facil de fazer e pode ter resultados bem surpreendentes. O fato de usar um papel próprio pra ser mergulhado num revelador – e não fazer isso voluntariamente – faz com que a imagem formada se apresente com cores e texturas muito específicas… Cada tipo de papel fotográfico (marca, tipo de cobertura, tipo de contraste…) vai dar um resultado diferente. O tempo de exposição ao sol (sim, o ideal é fazer no sol) também vai fazer com a cor varie entre laranja, avermelhado, arroxeado, amarelo….
Ou seja, ele é bastante experimental e é ótimo pra quem gosta de surpresas ao longo do processo. Ah, e ele é ideal também para você aproveitar de forma criativa aquele papel fotográfico que já está vencido…
E pra fazer você vai precisar de:
- Papéis fotográficos (qualquer tipo, marca prazo de validade)
- Negativo digital ou plantas e flores secas
- Uma contateira (1 chapa de madeira e 1 chapa de vidro de tamanho maior que o papel + 2 grampos)
- Um lugar onde vc possa deixar sua contateira ao sol por pelo menos 2 h
- Fixador fotográfico (ou tiossulfato de sódio)
- Bandeja
Num local com pouca luz monte o seu sanduíche na seguinte ordem:
base da contateira
papel fotohgráfico
negativo fotografico/folhas e flores
vidro
prenda tudo com os grampos e leve ao sol
Você ja vai ver a mudança de cor com pouco tempo, mas a gente quer que a imagem fique bem formada de modo aparente, entao o conjunto pode ficar ao sol por bastante tempo
Quando terminar, volte para o lugar com pouca luz, desmonte o sanduíche, mergulhe o papel fotografico no fixador por 2 minutos, lave bem pra tirar o excesso e pendure pra secar.
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